sábado, 7 de novembro de 2009

As pedras que andam




Um dos meus mistérios preferidos é o das pedras que andam. Isso me intriga desde menino quando li sobre o caso pela primeira vez, numa revista Planeta da biblioteca da escola.

O caso é o seguinte: Existe um lugar chamado Racetrack Playa, que fica no miolo do vale da morte, na Califórnia. O lugar tem este nome por seu clima nada aprazível, com muito calor e tão pouca umidade que a NASA testa os robôs de Marte lá.

O Racetrack Playaé um lago ressecado, que fica no norte do vale da morte. Neste leito seco do lago estão várias pedras que deixaram marcas claras de que estão se movendo.

O mais estranho é que ninguém nunca viu as pedras se moverem. Sabe-se que elas se movem apenas pelos rastros deixados e aparentemente sem a interferência do homem ou de animais. São várias as pedras que se movem, em diversas direções e muitas delas descrevem curvas e se movem em sentidos opostos. Certas marcas tem mais de 200m de comprimento, o que indica que o fenômeno se dá a muito tempo.

Estudando os rastros, os investigadores do mistério sabem que as pedras eventualmente também se viram. Seria simples atribuir o bizarro fato aos fortes ventos do deserto, mas algumas dessas pedras pesam mais de 700 kg, e a maioria pesa mais do que um ser humano. Seria possível que o vento movesse pedras tão pesadas? E como explicar as pedras que se movem em sentidos opostos?

Um dos pesquisadores que estuda o fenômeno é o geologista George M. Stanley. Ele publicou em 1955 um paper em que afirma que a medição dos ventos no local não indicava que elas estejam se movendo pela ação dos ventos.

Outro dado estranho é que pedras pesadas não demonstram ter rastros mais curtos que as menores, como seria de esperar caso a explicação fosse somente a ação dos ventos. Outro fato estranho é que embora muitas pedras estejam se movendo, algumas, muitas vezes próximas às pedras que andam, simplesmente não saem do lugar, comportando-se como seria de se esperar para uma pedra.

As fotos do fenômeno são bem intrigantes. Até hoje, a melhor explicação para o misterioso fenômeno aponta ara uma combinação de ventos fortes e constantes e uma fina camada de gelo que se depositaria na superfície do lago ressecado durante o inverno. Será?

Segundo a pesquisa de Bob Sharp e Dwight Carey, feita em 1972, marcando cuidadosamente a posição das pedras, eles descobriram que as pedras se moveram nos meses de verão, quando não há gelo.

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